Eu vi um
homem correndo pela avenida central da cidade, eu vi o tempo. O tempo passou entre
luvas e defesas, entre os gols e as traves. Ele era capaz de parar a alegria,
suas defesas monumentais impediam a felicidade de Pelé e sua turma, seu nome:
Sérgio Bergantim, ex-goleiro da Associação Ferroviária de Esportes.
O homem
que corria pela cidade criou um hiato no tempo e no espaço. O espaço entre as
traves era apenas um hiato no contexto do futebol, onde permitir a felicidade máxima
do futebol era resumidamente proibida.
O grito
de hulll da torcida era a motivação para as suas atuações. Sergio Bergantim era
a antítese do gol, a antítese da alegria e o prenúncio do quase. O quase era
perfeito, Sérgio Bergantim aliava a sorte e a competência, as traves eram parceiras
monstruosas das jornadas épicas do futebol dos anos 70.
O futebol
dos anos 70 era diferente, técnico e com jogadores fenomenais. Ser goleiro
naquele contexto era muito difícil, mesmo assim, Sergio Bergantim se destacava embaixo
das traves defendendo as cores da Ferroviária.
Suas
defesas fantásticas contra o Santos de Pelé o fizeram chegar à meta da
Sociedade Esportiva Palmeiras, mesmo sendo suplente de Emerson Leão, um dos
melhores goleiros do futebol brasileiro, conseguiu se manter seu nome no topo
dos goleiros nacionais.
Sua
passagem meteórica pelo Palmeiras do ano de 1974, o levou a ser pretendido por
muitos outros times de expressão nacional: Corinthians, Santos, Portuguesa de
Desportos, mas Sergio não deixou se levar pela fama e preferiu se manter com as
cores grená do Estádio da Fonte Luminosa e nos ensinamentos da Educação Física
escolar.
Sérgio
Bergantim sempre foi sinônimo de esporte, uma vida dedicada a levar qualidade
de vida e ensinamentos às crianças e adolescentes do Colégio Progresso da
cidade de Araraquara – áurea de professor, Sérgio Bergantim de muitas pontes, defesas
e fama infinita nos limites da cidade.