Wednesday, 8 January 2025

Eusebio Bonifácio: simplicidade e alegria nos anos 50

Braços abertos e um sorriso estampado no rosto, foi assim que Eusebio Bonifácio nos recebeu em sua casa na Vila Xavier. Com um gesto simples e voz humilde nos convidou para um cafezinho e para nos sentarmos embaixo de uma cobertura, onde a sombra nos proporcionava uma brisa agradável na manhã de quarta-feira.

Com voz rápida e confusa tendo em vista os problemas na dicção, nos fez voltar no tempo, num tempo em que o futebol era puro romantismo e alegria. Nos contou com desenvoltura e de forma muito detalhada o lance do gol na estreia dos refletores do estádio da Fonte Luminosa, momento épico em sua curta carreira.

Embora a idade e os problemas de saúde se apresentem de forma acentuada e que dificulta um pouco o andar e as dores renitentes, Eusebio nos lembrou com detalhes impressionantes a excursão da Ferroviária no mundo europeu, o encontro com o jogador Didi, astro da seleção brasileira – os jogos nos países da África e as peripécias dos jogadores em terras estrangeiras. O seu relato é sensacional.

Seus olhos lacrimejaram e as mãos ficaram trêmulas quando lembrou do tempo que atuava como gandula atrás dos gols da Ferroviária ainda menino e das caças que fazia com a molecada utilizando bodoque, costume dos meninos da época, onde os passarinhos não tinham muito sossego, pois precisavam desviar das pedras que passavam em alta velocidade e possuíam tamanhos variados.

A lesão no joelho quando jogava na Francana ainda no início da carreira, atrapalhou demais o seu desenvolvimento como jogador e depois que ganhou o passe livre da Ferroviária passou por vários times, encerrando a carreira no time de Taquaritinga.

O ponto alto da conversa foi a bolachinha com café servidos pela irmã com muito amor de carinho e assim se fez a manhã, entre sorrisos e abraços a lembrança de mais um ídolo da Associação Ferroviária de Esportes.