Braços
abertos e um sorriso estampado no rosto, foi assim que Eusebio Bonifácio nos
recebeu em sua casa na Vila Xavier. Com um gesto simples e voz humilde nos convidou
para um cafezinho e para nos sentarmos embaixo de uma cobertura, onde a sombra
nos proporcionava uma brisa agradável na manhã de quarta-feira.
Com voz
rápida e confusa tendo em vista os problemas na dicção, nos fez voltar no
tempo, num tempo em que o futebol era puro romantismo e alegria. Nos contou com
desenvoltura e de forma muito detalhada o lance do gol na estreia dos
refletores do estádio da Fonte Luminosa, momento épico em sua curta carreira.
Embora a
idade e os problemas de saúde se apresentem de forma acentuada e que dificulta
um pouco o andar e as dores renitentes, Eusebio nos lembrou com detalhes
impressionantes a excursão da Ferroviária no mundo europeu, o encontro com o
jogador Didi, astro da seleção brasileira – os jogos nos países da África e as
peripécias dos jogadores em terras estrangeiras. O seu relato é sensacional.
Seus olhos
lacrimejaram e as mãos ficaram trêmulas quando lembrou do tempo que atuava como
gandula atrás dos gols da Ferroviária ainda menino e das caças que fazia com a
molecada utilizando bodoque, costume dos meninos da época, onde os passarinhos
não tinham muito sossego, pois precisavam desviar das pedras que passavam em
alta velocidade e possuíam tamanhos variados.
A lesão
no joelho quando jogava na Francana ainda no início da carreira, atrapalhou
demais o seu desenvolvimento como jogador e depois que ganhou o passe livre da
Ferroviária passou por vários times, encerrando a carreira no time de Taquaritinga.
O ponto
alto da conversa foi a bolachinha com café servidos pela irmã com muito amor de
carinho e assim se fez a manhã, entre sorrisos e abraços a lembrança de mais um
ídolo da Associação Ferroviária de Esportes.
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