Wednesday, 6 August 2025

Ele, a bola, o goleiro e o gol: a decisão nos pênaltis

 


O jogo chegou ao seu clímax com o empate persistente, levando à decisão nos pênaltis. Em campo, o nervosismo era palpável. O goleiro, embora sentisse as pernas tremerem, mantinha uma confiança inabalável. Do outro lado, o centroavante estava tenso, mas determinado a cumprir seu objetivo.


O centroavante se preparou para a cobrança. O goleiro, tentando desestabilizá-lo, avançou um passo à frente. O juiz interrompeu a jogada, anulando o chute. O centroavante, confuso, percebeu que o goleiro tentava desorientá-lo. Com um sorriso provocador, o goleiro murmurou algo inaudível enquanto devolvia a bola.


A torcida estava em polvorosa, reagindo com vaias. O goleiro, agora advertido com um cartão amarelo, voltou para sua posição, continuando a indicar o canto em que esperava o chute. O centroavante, por sua vez, se concentrou, ajustando os meiões e o calção, tentando não se deixar afetar pelo turbilhão à sua volta.


Quando o apito do juiz soou novamente, a surpresa tomou conta do campo: um torcedor invadiu o gramado, ajoelhando-se diante do centroavante e sussurrando palavras de apoio. A segurança rapidamente interveio, mas o gesto já havia acendido uma faísca de confiança no jogador.


Com a situação sob controle, o juiz sinalizou para que a cobrança fosse retomada. O centroavante ajeitou a bola, enquanto o goleiro, com uma atitude desafiadora, trocava palavras ríspidas com o árbitro. O silêncio tomou conta do estádio, enquanto o centroavante se preparava para o momento decisivo.


A pressão sobre os ombros do centroavante era imensa. Lembranças das narrações da infância, a responsabilidade pelo destino do time e a expectativa da torcida ressoavam em sua mente. O goleiro, ciente de seu papel crucial, também estava em seu próprio conflito interno, equilibrando a esperança e a tensão.


O apito do juiz rompeu o silêncio. O centroavante correu, chutou, e a bola seguiu uma trajetória dramática: tocou na trave, na outra, bateu nas costas do goleiro e, finalmente, cruzou a linha do gol. A explosão de alegria da torcida foi ensurdecedora. O goleiro, deitado no gramado, socou o chão em frustração, enquanto seus companheiros se reuniam para consolá-lo.


A cena era um verdadeiro espetáculo de emoções, onde os heróis e vilões se confundiam em meio ao caos e à euforia. O futebol, com toda sua imprevisibilidade, havia proporcionado mais um capítulo inesquecível. Naquele momento, a alegria do gol e a tristeza do goleiro simbolizavam a beleza e a crueldade do esporte.

Monday, 4 August 2025

Desejo e traição


Ela estava casada há mais de dez anos, vivendo uma vida que muitos chamariam de comum, mas que para ela tinha seu próprio encanto. Com um cotidiano que girava em torno da casa e da família, sua rotina era previsível, mas segura.

Passava longas horas na casa da mãe, um refúgio de afeto e apoio. Gostava de ajudar nas pequenas tarefas e compartilhar as novidades do dia. As conversas fluíam naturalmente, entre risos e recordações, até que o relógio a lembrava de sua outra missão: buscar a filha na creche.

Antes de retornar ao lar, sempre se certificava de que tudo estivesse em ordem para a chegada de Beto, seu marido. A casa limpa, o jantar pronto, e a filha feliz; tudo cuidadosamente alinhado para que pudessem desfrutar de uma noite tranquila em família.

Apesar de sua dedicação à família, ela não era imune aos encantos do mundo exterior. Havia algo nas ruas da cidade que a atraía e a fazia sentir-se viva de uma maneira diferente. Trocas de olhares, sorrisos e pequenos flertes eram uma parte secreta de seu dia, uma brincadeira inofensiva que nunca cruzava a linha do respeito que tinha por Beto.

Esses momentos de sedução passageira eram quase um segredo íntimo, algo que existia apenas em sua mente e nas conversas informais com as amigas. Ela assegurava a elas que essas aventuras eram apenas tolices, uma forma de lembrar-se de que ainda tinha poder de atração, mas que, no final do dia, o verdadeiro amor e segurança estavam em casa, ao lado de seu marido.

Para ela, esses pequenos gestos com outros homens não significavam uma traição real. Eram, na verdade, uma forma de reafirmar seu compromisso com Beto, lembrando-se de que, apesar das tentações do mundo, seu coração e lealdade pertenciam a ele. Ela encontrava paz nessa certeza, sabendo que, apesar das distrações, o amor verdadeiro era o que realmente importava.

Em suas palavras às amigas, ela repetia que as pequenas aventuras eram apenas besteiras, e que homem bom mesmo era o seu marido. Essa convicção a sustentava e a fazia acreditar que a vida que escolheu era a melhor para ela, recheada de simplicidade, amor e um toque de mistério que apenas ela entendia.