Tuesday 27 September 2022

 


DARNTON, Robert; DUHAMEL, O. Democracia. Rio de Janeiro: Record, 2001.

Resenha

A obra coordenada por Darnton e Duhamel trata-se de um debate sobre o tema “Democracia”. Para organizar esse debate eles colocaram em evidência textos de renomados autores e que discutiram a democracia em várias frentes. Os principais são os seguintes:

A primeira delas está relacionada com a perspectiva histórica da democracia. A história da democracia pode ser considerada complexa e que reserva várias surpresas, nesse sentido, como aprender o essencial da democracia, um fenômeno que muda constantemente de caráter?

O segundo ponto colocado está relacionado com a seguinte questão: se uma assembléia de representantes exprime a vontade suprema de seu povo, como poderia ver-se limitada em suas ações por uma constituição – e frequentemente por uma velha constituição ratificada pelos bisavós dos atuais eleitores?

Em terceiro lugar, se os tribunais podem frear a ação do governo, não seriam um obstáculo à democracia em vez de servir-lhe de garantia? Caso contrário, será que o essencial da democracia – e as vezes mesmo o direito de legislar – existe antes no poder judiciário que no poder legislativo? Que fazer quando a vontade de uma assembléia se manifestam contra  os direitos do homem?

Em quarto lugar, será realmente democrática a regra da maioria?

Em quinto lugar, como raciocionar a democracia com os preconceitos, especialmente os de uma maioria eleitoral que se arma do escrutínio para oprimir os cidadãos sem voz?

Em sexto lugar, a democracia é permeada pela força do dinheiro? Isso quer dizer que as eleições são dominadas pelos lobbies e pelo dinheiro? A força da televisão reforça a personalização do poder, em detrimento dos partidos e dos debates sobre os problemas substanciais. Estariam os partidos políticos a ponto de sofrer uma mudança política fundamental?

Em sétimo lugar, os problemas de dinheiro levam-nos aos problemas do Estado previdenciário. A direita, exige seu desmantelamento; à esquerda, sua ampliação. Será que o Estado previdenciário mina suas próprias bases, custando caro demais? Ou será o progresso se faz passando dos direitos cívicos aos direitos políticos e finalmente aos direitos sociais, que garantem para todos um mínimo de bem-estar, ainda que necessário obrigar os ricos a contribuir para tal?

O livro é dividido em 5 partes:

1 – Uma história da democracia, os autores buscam no iluminismo o nascimento da democracia, passa pelas revoluções e depois chega nos ciclos revolucionários do século XIX e termina nas ideias do totalitarismo;

Na segunda parte os coordenadores trabalham o mundo das ideias democráticas, começam escrevendo sobre a democracia dos antigos, buscam na Grécia elementos fundamentais para o entendimento, depois falam sobre a democracia dos modernos, a questão da representação política, depois buscam as bases da democracia liberal e social e por fim, repensam a democracia.

Na terceira parte, escrevem sobre as instituições democráticas, falam sobre os direitos fundamentais, as eleições e os partidos, a democracia direta, os regimes constitucionais, a legislação e a justiça.

Na quarta parte, os coordenadores organizaram um capítulo denominado “um combate da sociedade consigo mesma” e discutem a fraternidade e o racismo, o civismo, a corrupção, os meios de comunicação e a imprensa, o poder e as mulheres, a democracia no trabalho, assim como a democracia social em crise.

Na quinta e última parte, apontam que a democracia trata-se de um desafio mundial...tratam dos nacionalismos e integrismos, a democracia e o seu desenvolvimento a organização do mundo.

 

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