Lembro-me vividamente da
minha infância, quando as tardes de domingo eram reservadas para os jogos da
Ferroviária no Estádio da Fonte Luminosa. Naqueles tempos, as arquibancadas
eram de cimento, e ficar sentado ali, sob o sol escaldante de Araraquara, era
um verdadeiro desafio. Mas, para mim, cada momento valia a pena.
O estádio, com suas
grandes arquibancadas de concreto, tinha uma atmosfera única. O barulho da
torcida, os cânticos apaixonados e o som dos apitos dos árbitros criavam um
ambiente vibrante e cheio de energia. Mesmo sob o calor intenso, nada diminuía
o entusiasmo dos torcedores que, como eu, estavam ali para apoiar a Ferroviária
com todo o coração.
O alambrado de alumínio
separava a torcida do campo de futebol. Entre eles, também havia os policiais
militares com seus cães pastores alemães, que tomavam conta do universo da
partida. Os torcedores mais afoitos se agarravam ao alambrado, xingando os juízes
e os bandeirinhas, geralmente de barriga de fora e segurando um copo de
cerveja.
Os repórteres tinham a
missão de entrevistar os jogadores, entre fios e o sol quente de Araraquara.
Com certeza, tratava-se de um desafio. Nos intervalos da partida, a trilha
sonora do estádio incluía a música Andanças na voz de Bete Carvalho, uma
música que marcaria a infância e que, toda vez que tocada, me faz lembrar das
tardes festivas no estádio.
Comer amendoim com casca,
sentado sob o sol quente e tomar refrigerante gelado era algo fundamental para
um menino que adorava futebol. Essas pequenas tradições tornavam cada jogo uma
experiência inesquecível, e cada vitória da Ferroviária era celebrada como um
grande evento.
Voltar àquelas tardes de
domingo no Estádio da Fonte Luminosa é como revisitar um tempo em que a paixão
pelo futebol se misturava com o carinho pelas pequenas coisas que faziam a vida
mais saborosa.
No comments:
Post a Comment