Wednesday 4 July 2007

A política e o tempo


No livro "As consequências da modernidade" Anthony Giddens aponta que o tempo da política e do mercado são distintos. As necessidades da política estão relacionadas com a questão do tempo distante, ou seja, um projeto de lei tem que ser apresentado, discutido e depois votado. De acordo com esta visão, as decisões demoram muito a serem tomadas pois necessitam recorrer à construção do consenso.
O tempo do mercado é regido pelas regras da economia, ou seja, as decisões precisam ser tomadas em curto espaço de tempo para que entrem em vigor pois existe uma emergência a ser atendida.
Muito se critica na atualidade o papel do Poder Executivo, principalmente com o fato do mesmo ter "roubado" do legislativo a prerrogativa de legislar. Como exemplo deste "roubo" cita-se o instrumento mais criticado por jornalistas e cientistas políticos, mas que é profundamente utilizado pelo Executivo em momentos de necessidade: a medida provisória ou decreto-lei.
Com o desenvolvimento da sociedade global o tempo ficou cada vez mais escasso para a discussão da política. De acordo com a visão contemporânea, tempo é dinheiro. A política perdeu espaço para a economia na mesma medida em que o Poder Legislativo perdeu poder para o Executivo.

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